
Não vejo o sol como antes, não tenho tempo de experimentar novamente o gozo e o frescor dos raios solares em minha face, em minha pele. As noites tem se tornado extensas, as horas demoram passar, meu coração às vezes com tanto medo, com vontade de adormecer, de sair para o infinito lugar , o fim.
Perdido, sem forças, não entendo o que está acontecendo, da forma que tudo anda, tentei, tento, todos os dias, levanto com esse propósito, prosseguir; preciso de forças para ir além, firmar meus pés na rocha, sentir o chão, e quando estou perto de conseguir, tudo se torna t5ão longe, fico abatido, deprimido, não entendendo do por que os ventos estão fortes se procuro acalmá-los sem cessar. Pouco a pouco vou perdendo forças; parece que estou afundando numa areia movediça, que me atrai para o fundo, no lamaçal, me puxa com força, usa de suas artimanhas para me intimidar, num grande deserto, seco, oco, sem alimento, sem água para saciar minha sede.
Todos os dias recebo algo que vem para destruturar o que me resta de estrutura, fraco, pálido, já acabado com os barulhos dos terremotos, junto o que me resta de forças para ficar em pé, já meio curvado, sem poder raciocinar o quanto necessário.
Fecho os olhos, ouço uma voz: Não temas, não temas, prossiga, vá a diante, o deserto é cumprido, a fome é árdua, a sede quer lhe sugar, nos caminhos só há espinhos, opressões, limitações, não desista de lutar, vá.
Suspiro, olho para cima, peço mais forças, peço sabedoria, peço esperança, com a fé que ainda tenho em meu peito, com a ousadia de não querer desistir, eu vejo a luz, eu creio nas promessas, são verdadeiras, e corro para aquele que me diz: Meu filho não temas, não desista, venha, e mesmo com forças puxando para dentro do abismo, há uma força maior que me sustenta, mesmo quando eu penso em desistir, mesmo quando não o vejo, creio, continuarei crendo nas promessas de Deus para comigo, todas as artimanhas do inimigo, todas as suas armas, já foram forjadas, meu coração mesmo fraco bate, eu o sinto, e trago à memória aquilo que me dá esperança.
Eu sei que há forças fazendo de um tudo para que eu pereça, desista, fazendo com que eu morra no deserto, mas as chamas de fogo me guiam na calada da noite, para que eu não fique na escuridão, iluminando-me, protegendo-me contra a serpente.Posso confiar, me alegrar, com ousadia declarar, o Deus a quem eu sirvo, nunca falhou e não falhará, eu continuarei trilhando meus caminhos, não vou desistir, seguirei com as mãos dEle sobre meus ombros, e ao chegar na terra prometida, comerei do melhor da terra, beberei do melhor vinho, terá uma festa sobre os ares, ali regozijarei e jubilarei por toda a noite, e o bálsamo de Gileade passará sobre minha vida, e todas as feridas, opressões malignas, invejas, mentiras, e todo trabalho feito para que perecesse, serão desfeitos, esmagados, e a serpente será atirada para o abismo eterno e tudo se fará novo.
Eu não sei o que passa sobre sua vida, suas lutas, se você está vivendo o jubileu, festeje, se está caminhando pelo deserto, seja em quaisquer circunstâncias, olhe para aquele da qual tudo você pode, e não reclame, seja firme, pise firme, não deixe a areia lhe sugar, não deixe o vento lhe levar para lugares escuros, siga a luz, vá em frente, confie, tenhas fé, pois logo ali está a terra das promessas, o oásis do Senhor.
Deus esteja conosco!
Abraços.