19 de junho de 2009

Desabafo de Hoje.


M
e acusaram de eu ser um metido mauricinho, um burguesinho da zona sul.
Acusaram-me de não falar com eles, de ser mal humorado.
Baniram-me do seu clã.
Quando foste em minha casa, enganados, estenderam-se as mãos e o sorriso, amarelado, instalou-se sobre seus lábios.
Julgaram-me como se eu fosse um garoto bom, não sou.
Falaram que uso o humor para manipular as pessoas, para que as mesmas gostem de mim; não preciso disso.
Falaram que sou bicha, maconheiro, mas transformam suas vidas em um puteiro, enquanto isso, a minha está como a onda do mar, vem forte e vai leve.
Com diz o compositor, a vida vem como ondas como o mar, no indo e vindo infinito.
Exilaram-me dos proclames, mas não me importo. Vivo.
Seja bom, ruim, com o all-star ou com um osklen nos pés, de branco ou de preto, caminho, seja como for, não estou me preocupando com o que a sociedade anda falando de mim por aí.
Se vivo na zona sul, sou o mauricinho porra louca, se no norte, o traficante favelado, titulado também como “oiapoquiano”.
Ouço MPB, sou nerd, um gayzinho disfarçado de homenzinho, no meio da multidão intelectualizada, se ouço funk, sou um cara safado sem escrúpulos, e filho sem mãe com a bala até na boca.
Que hipocrisia é essa? Que ingenuidade... tu és onde você vive, faz o que lhe ensinaste, falas como seus companheiros, ler, e se isso faz, o que é barato, o que é tablóide, o que a sua classe ler, o que seus pais lêem.
Ficou puto? É normal, quem não fica puto? Se for sexo que lhe falta, vá à esquina mais próxima, lá tem... Faça sua pechincha.
Se for heterossexual é fácil, se for gay, agente da um jeito, neste país para tudo há um jeitinho, pobre, não se preocupe tem para todos.
Se é do tipo certinha, parabéns, viveu para os outros, boboca, besta, ridículo, forjado, manipulado, não vive sua própria vida, ridículo, vá viver porra. Vai ser alguém caralho, vai ficar se escondendo atrás das jaulas como um bicho criado num criadouro de marionetes humanas? Aqui; você decide.
Caminha, oh! Menino, caminha, vá pra frente, pois atrás vem gente. Corra; o tempo não pára, ele é cruel, ainda vai ficar parado? To indo, só passei para lhe dá um toque, meu tempo é precioso, ele está escorrendo entre meus dedos.
Falou cara. Abraços e até um dia desses, estou por aí, no mundo, vivendo.
Tchau.

Desabafo de Hoje.

Totalmente coloquial.

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