17 de abril de 2010

Falta.

Poesias, risos, choros, aflição, caminhadas, dia, noite, lua, sol, chuva, neve, outono, verão, inverno, primavera, solo, ar, abraço, beijo, paz, guerra, campos, vales, seco, molhado, amor, intriga, paixão, ódio, palavras, silêncio, gente, bicho, desenho, rabisco, amarelo, azul e vermelho, broca, parafuso, canto, esquadro, ir, vim, parar, sentar, adulterar, transar, jogar, brincar, trancar, matar, ressuscitar, ninguém, alguém, atiçar, acalmar, sadio, doente, louco, tranqüilo, metade, inteiro, comprar, pagar, comer, você, novo, velho, sorriso, fechado, aberto, encaixar, empurrar, gozar, saltar, mergulhar, nu, vestido, longo, curto, passear, apoiar, desposar, intimidar, tempo, hora, ano, século, falar, bronca, boca, beijar, abraçar, começar, facilitar, negociar, dificultar, eu, ele, nós, vós, ela, pêlos, peito, desejar, encantar, buscar, fazer, energizar, servir, transferir,

sentimentaloide, leão, formiga, quadrado, redondo, boa, péssima, nada, tudo, bunda, muque, era, é, não, sim, Hippe, rock, pop, água, terra, nua, crua, gozado, sério, forte, fraco, burro, sábio, negro, branco, pés, mãos, homens, mulheres, gays, crianças, humanos, e.t., rosa, capim, verdadeiro, falso, claro, escuro, amigos, inimigos, capaz, incapaz, sal, doce, amargo, açucarado, certo, errado, fácil, difícil, norte, sul, cheio, vazio, o, a, macho, fêmea, pólen, fruto, justo, injusto, cor, incolor, rua, avenida, mãe, pai, teu, meu, menino, menina, ouvir, cantar, remédio, cura, começo, fim, nascer, morrer, livre, preso, grande, pequeno, subir, descer, tudo, nada, (...). Para todas as coisas há um par, você me faz falta.

16 de abril de 2010

Um alguém que nos faz bem


A inspiração quando estamos apaixonados, tristes, alegres, motivados, sem motivação, com preguiça, animados, abandonados... São tantos os adjetivos que se tornam infinitos. Em forma de poesia, com ritmos diversos, desde o que nos faz dançar numa pista por várias horas até aquela que nos faz chorar no nosso secreto, sozinhos em nossa cama abraçado com o travesseiro. Hoje é tão indispensável que qualquer tipo, forma, de tecnologia ela está presente, e alguns são feitos especialmente pra ela. Uns dormem, acordam , vivem sem desgrudar dela um segundo.

Uns versos simples que quanto mais ouvimos, mais queremos ouvir. Ela nos atrai e tem para todos os gostos, desde o funk pesado e rock metalheiro ao Bossa leve e romântico sertanejo. Não há pré-conceitos, preconceitos, conceitos algum se encontra nela, nasce de um momento, qualquer que seja, uns dizem: "Vai dá samba!" outros "Vai dá namoro." e por aí ela vai tomando forma. Sei lá...sei lá...nos dias frios, quentes, chuvosos, não há tempo ruim pra ela. E quando pronta é só se deliciar. Torna-se um vício, um vício incontrolável. Seja no carro, no ônibus, a pé, sentado, deitado, seja amando, brigando, sei lá...sei lá... Não há momento ruim pra ela.

Olhe pra você nesse momento, já está se lembrando daquela boa, aquela do momento, aquela do par romântico da novela, no filme, a sua e do seu par romântico. "Sinto que você é ligado a mim..." Éh! Ela é ligada a nós. E não tem vergonha disso. Pois seja como for, um toque, uma cor, uma nota, seja na alegria ou na dor, na tristeza do amor, se pudor, ela vem à memória e nos toma de certa forma que é difícil não se entregar à melodia e dançar, dançar, dançar, e, cantar, cantar, cantar, essa música que leva como o vento e vai colorindo nosso dia com cada melodia trazida pelo ar.


15 de abril de 2010

Vencedor


Olá! Hoje estou aqui para agradecer! Obrigado. Como é bom poder pertencer a um Deus de Amor! Esses dias tão árduos que se passaram muitas desilusões, decepções, amarguras, mas graças a Deus todas as coisas cooperam para aqueles que amam a Deus.

É um alivio poder está aqui novamente, como diz a música: "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã..." o meu choro durou por várias noites, de pensamentos de comodismo, conformismo e até mesmo de querer desistir de uma vida feliz. Tantas vezes entramos num caminho que parecemos ser o certo, conhecemos pessoas que parece ser as certas e der repente tudo muda. Num Bum! Tudo muda. De uma hora pra outra você se ver só, e se perguntando do por que daquilo tudo.

Hoje eu fiquei em casa, não fui ao trabalho, dediquei o meu dia para meditar, ver e procurar entender os caminhos que tenho passado. E foi bom. Está sendo muito bom. Deus nos leva às pessoas certas sim. Tudo para a boa obra. Quando fui conversar com um amigo do interior ele me disse sobre suas adversidades e eu pedir ao Senhor que me dessas palavras de apoio, conforto, de amor, para com aquela pessoa. Quando ele me contou sobre o que está vivendo eu pensei comigo "Deus é bom! Aleluia. Ele me colocou aqui para que sua obra seja cumprida. E eu comecei a falar com ele e lhe disse que "Tudo é possível a aquele que crer." E foi bênção pura.

Após eu liguei meu computador, fui ver um vídeo lá da igreja (IBL) de muitos anos atrás e fui edificado, pois Deus é vencedor e o inimigo PERDEDOR e comecei a louvar com essa canção e milagres foram acontecendo. A paz do Senhor e a confiança Nele só cresceram em mim.

Não sei qual tua adversidade nesse dia, mas saiba que Deus é maior e que o inimigo e todas as suas afrontas são tão pequenas e fracas que faz dele é perdedor.

Você sabia que na bíblia para cada dia do ano há uma expressão: Não Temas. 366 vezes uma a mais para o ano bissexto, NÃO TEMAS! Eu quero lhe dizer hoje não temas, não temas, confie no Senhor e vá. Siga em frente. Pois tua cura, tua vitória, a solução está Nele.

Um grande abraço a todos.

http://www.youtube.com/watch?v=KMxN-bJFwVo&NR=1

13 de abril de 2010

Um lugar só seu

Já falei sobre o inverno em alguns dos posts anteriores, e como aguardamos a primavera em nossas vidas. O caminho até ela é tão árduo que pensamos em desistir, e nos enfraquecemos; e como parece tão distante o novo amanhecer quando a noite é fria e longa.

Esses dias conheci uma pessoa muito especial, como qualquer ser humano, com limitações, sonhos, adversidades, dúvidas.. E veio aquela frase que tanto amo, vamos falar em voz alta?! "Quero trazer à memória aquilo que me dá esperança." Ah! Como é bom confiar, acreditar e lutarmos pelo que acreditamos. Mesmo nos momentos tão difíceis abrirmos nossos olhos após uma noite de tristeza, de choro, e pela manhã sentir um renovo, pois a alegria se manifesta quando há novas possibilidades; seja de relacionamento, de trabalho, de estudo, seja qual for. Lembro-me uma vez em um trabalho, uma pessoa especial, amiga, me disse: "Lembre-se de algo bom! Eleve seu pensamento às coisas positivas. E tu verás que o pensamento positivo lhe trará coisas boas." E desde então é o eu tenho buscado.

Nós seres humanos temos nossos dias maus. De desanimo, cansaço, de querer deixar tudo e sumir. Fugir para o colo de alguém que nos acolha, nos dá carinho, nos fazem protegidos. Eu sempre faço isso. Como é bom! E necessário. Mas são as palavras de encorajamento que muda nossas atitudes. Sabem, quando eu escrevo no blog, eu deixo todas as formalidades, os paradigmas e tantas outras coisas que me faz preso de lado, aqui me sinto livre para ser quem sou. E ser quem somos não é fácil. Porque somos cobrados, há uma sociedade lá fora, esperando que sejamos bons. Bons em tudo, perfeitos. E quem é? Não há. E é para você que eu escrevo. Não desista dos seus sonhos, não olhe para o outro, não deixe os sonhos dele lhe fazer triste, todos nós temos nosso tempo. Não são os títulos, as honras, os nomes e sobrenomes que vai fazer de você uma pessoa melhor ou pior que as demais, és especial como é. Seu caráter diz sobre você, títulos, honras, fama e tantas outras coisas passam o que marca é às atitudes, de amor, perseverança, e conquistas, e acredite, mesmo que ache que as suas conquistas são poucas comparadas com as de outros, você é grande e tem a mesma capacidade para ir além, eu acredito em você e sei que muitos também acreditam.

Todos os dias escrevemos uma página da nossa história, às vezes até duas, e não deixe que a sua seja de dores, amarguras. Acredite em algo novo, em novas possibilidades, traga à memória aquilo que lhe dá esperança. Conte sempre comigo. Estou aqui para lhe servi.

"Há esperança para a árvore, pois ainda cortada, ainda que no chão seu tronco de velho venha morrer, ao cheiro das águas brotará e dará frutos como planta nova, seus ramos se renovarão. Há esperança pra você."


26 de março de 2010

Felicidade | 35 segredos para não chegar a lugar nenhum

Já encarei o futuro com um tipo ameno de pessimismo. Um pessimismo preventivo, digamos assim. Não era um pessimismo completo porque, no fundo, eu não esperava sempre pelo pior. Aliás, se acontecesse sempre o pior, eu ficaria muito decepcionado. Mas, a todo o instante, eu exercitava minha capacidade de resistir à frustração, me convencendo de que nada iria funcionar.

O que ganhava com isso? Bem, para começar, se tudo de fato desse errado, eu já estaria psicologicamente preparado para o fracasso. E se as coisas dessem apenas meio certo, eu já ficava feliz.

Mas, de uns tempos para cá, mudei. O pessimismo deixou de ser uma estratégia para controlar o meu otimismo de aprendiz, a minha autoconfiança escondida, a minha utopia tímida. O futuro, de certa forma, já chegou, ou pelo menos se desenhou, e já sei que não é como eu esperava. O pesssimismo preventivo perdeu o efeito de me fazer feliz com pouco.

Agora assumi uma nova atitude. Eu realmente acredito no pior. Sou um pessimista autêntico. Realmente acredito que as coisas não vão funcionar. Nem no futuro mais longínqüo. Realmente acredito que a humanidade está condenada. E que nunca, nem no meu leito de morte, poderei sentir, e dizer: “Fiz tudo o que queria”.

O meu novo pessimismo, porém, não me deixou tão infeliz quanto seria de se imaginar. E isso é estranho. Sempre imaginei que o pessimismo autêntico era o caminho mais curto para a miséria existencial. Mas eu continuo gostando da vida, embora não veja nada de bom a caminho.

Por exemplo em relação ao planeta. Só os alienados completos não são pessimistas quanto a isso. Já está na cara que a espécie humana vai ser expulsa daqui. Como, num prédio, são expulsos os vizinhos que não contribuem para a manutenção, não pagam o condomínio, não reciclam, não estão nem aí para as infiltrações, ou para os próprios filhos barulhentos. E que peidam no elevador, claro.

Afinal, são os gases que a nossa espécie emite que estão abrindo um buraco na atmosfera, por onde vão passar raios solares ultra-fortes. Juntos, são estes gases e raios que irão criar as condições do nosso extermínio.

Vamos tentar fugir disso, claro, e então, antes de acontecer o inevitável, levaremos nossa superpopulação para longe do sol, provavelmente em algum tipo de cidade subterrânea. Teremos usinas para o tratamento do ar. Lá fora, na nossa nostalgia de vida natural, a pestilência acumulada e o efeito estufa reinarão.

É claro que, para muitas coisas, não vamos poder deixar de nos expor ao contra-ataque da natureza. E uma delas vai ser para conseguir água. Seremos gente demais no planeta, para água potável de menos.

Só que aí os descontroles ambientais finalmente chegarão ao seu auge. Terremotos, furacões, tsunamis, incêndios, vulcões… vai ser um longo cardápio. Um atrás do outro, esses cataclismas destruirão, em relativamente pouco tempo, as bases da civilização que os produziu.

Nossa utopia de explorar e reciclar infinitamente o meio natural terá cumprido sua parábola suicida. Todas as nossas usinas de dessalinização da água do mar e de tratamento do ar serão destruídas. Bem como as nossas cidades enterradas, onde muitos de nós hão de perecer. O Sol vai nos fritar, os gases envenenados vão nos defumar, e a falta de água nos deixará sequinhos e crocantes.

No desespero, a volta ao nomadismo será a única chance de sobrevivência. Vastos contigentes humanos migrarão para onde houver água, comida e ar puro. As divisões federativas e as fronteiras nacionais tentarão resistir, e por um tempo talvez até consigam, mas cairão. Depois de vários genocídios, cairão.

A humanidade ficará reduzida a hordas errantes. A lei da selva irá se impor. Bestializados, mas procriando sempre e dispostos a tudo, em massa vasculharemos o planeta atrás de seus derradeiros recursos. Como qualquer outra espécie de predador, viveremos todo o tempo numa expedição de caça, que só terminará com a nossa morte.

Prova disso foi o que aconteceu recentemente em Nova Orleans, e sobretudo o que aconteceu naquele estádio para onde levaram os desabrigados. Sem água, sem comida, sem cama, sem luz, derretendo num calor insuportável, grupos ferozes se formaram, e atacaram, escondidos pela multidão. No escuro, mulheres foram estupradas, mantimentos foram arrancados de velhos e crianças, houve brigas, houve roubos, houve mortes. E as águas tinham subido há pouco mais de 72 horas… Bastou três dias, e no país mais rico do mundo.

Nós, e os mamíferos em geral, estamos marcados para morrer. Talvez os pássaros também. Não sei. Com certeza a umidade fétida e o calor excessivo favorecerão outras espécies. Répteis e insetos e larvas e micróbios e microorganismos, e quem sabe a vida ocenânica, acharão ótimo que a espécie humana tenha sido tão autodestrutiva. O calor e a pestilência os favorecerão.

Os gases venenosos deixados pela humanidade, o nosso resíduo final, se dissiparão lentamente.

*

É verdade que nós não somos autodestrutivos à toa. Até certo ponto, nossas causas são nobres: perpetuar a espécie, produzir e distribuir alimentos, produzir e distribuir riquezas, afirmar e difundir nossa maravilhosa cultura material etc. Para isso modernizamos nossas sociedades, inventamos tantas máquinas, desenvolvemos tantas tecnologias, atuando sobre todas as matérias deste mundo.

Talvez seja esse côté louvável que impede o meu pessimismo de me fazer tão infeliz. Mas, por outro lado, um bom pessimista sabe identificar a falha em qualquer projeto.

O erro trágico da espécie humana, aquele que será a causa essencial da sua extinção, é usar a ciência para evitar a morte, e a política para evitar as guerras. Multiplicar a espécie e prolongar a vida, os dois únicos mandamentos dignos do nome, os dois únicos que realmente obedecemos. E por causa deles vamos nos multiplicando, e na mesma medida em que o nosso engenho cria condições para atender às tais causas nobres, expandimos os problemas, botando mais e mais gente no mundo.

O paradoxo é o seguinte: para produzir mais riquezas e distribuí-las a mais gente, industrializamos mais países, intensificamos a exploração de seus recursos naturais, e assim vamos, pouco a pouco, com a melhor das intenções, destruindo o planeta.

E não há como ser diferente. Industrializar é a única maneira que conhecemos de propiciar saúde, educação, casa e comida a um povo.

Agora que China e Índia, dois dos países mais populosos, estão avistando a porta de entrada do primeiro mundo, todas as calamidades que meu pessimismo me sugere também estão chegando mais perto. O dia em que a maioria da gigantesca população chinesa tiver acesso a sua primeira geladeira, acabou-se. A Amazônia vai secar, as calotas polares vão derreter, a radição solar vai fazer a festa.

O Brasil, coitado, nem para o inferno irá com suas próprias pernas. Jamais nos desenvolveremos tanto, o que significa que não produziremos tanta poluição quanto as grandes potências ou as novas potências emergentes. Nossa grande contribuição para a desgraça humana vão ser as queimadas, tamanho o nosso primitivismo. Nossa grande contribuição vai ser cagar a Amazônia. Se fôssemos ter sorte, isso aconteceria por incompetência dos nossos melhores políticos. Mas não vamos ter. Elegeremos os piores, então tudo irá acabar por termos ficado atolados no populismo ridícula e tipicamente latino-americano de sempre.

Que caráter terá esse populismo, não faz muita diferença. Só muda a mosca. Ele cospe para cima na Argentina, veste verde-oliva na Venezuela e planta coca na Bolívia. No Brasil, depois de trocar o macacão de fábrica pela gravata de seda, ou vice-versa, eu aposto, ele será do tipo evangélico, messiânico, que, afinal, é a nossa melhor tradição.

*

E no entanto, como eu já disse, continuo tão feliz quanto eu sempre fui. Nem mais nem menos. Por que o meu pessimismo, embora maior hoje, não me deixa mais infeliz do que eu era anos atrás? O que não mudou, depois de quase quarenta anos?

O amor entre homens e mulheres, talvez? Será que é isso que me consola? Mas isso também mudou, não mudou?

A liberdade que conquistamos, com muito sacrifício, em nosso imaginário amoroso, e em nossa prática, não nos criou a necessidade de amarmos com consciência, submetendo a avaliações periódicas o sentimento que nos liga ao “objeto” amado? Acabou essa história de “felizes para sempre”, não acabou? Até onde eu sei, nem como ideal isso existe mais. Transformamos o amor em um campo de conhecimento, uma ciência. De acordo com o resultado dessas avaliações periódicas, dessas ultrassonografias da emoção, podemos preferir refazer nossas vidas amorosas. Quem estaria, nos tempos atuais, disposto a abrir mão do seu autodeterminismo? Desenvolvemos técnicas para começar relações, e nos pós-graduamos em terminá-las. Quem não tirou o diploma, ficou para trás. A humanidade aprendeu a controlar a paixão. Homens e mulheres aprenderam a não se misturar excessivamente, a não se entregar ao amor pelo outro, a não comprometer partes inteiras de suas vidas num arriscadíssimo projeto comum. Como conseguimos? Fácil: pouco dinheiro, pouco espaço, e sexo, muuuuiiiito sexo.

Eu também poderia dizer que o segredo desta minha felicidade incongruente, quase pecaminosa, está no amor entre pais e filhos. Talvez o processo de dominação sobre este sentimento ainda não esteja completo.

Mas o bom pessimismo vê à frente, sempre. E o individualismo vai se impor aqui também.

Por isso as crianças precisam crescer mais depressa hoje em dia. Elas devem perder seu universo infantil o quanto antes. Aos dois, vão para o colégio. Aos onze anos, são pré-adolescentes. Aos dezesseis, podem votar. Aos dezessete, têm de escolher uma profissão.

O amor dos pais, hoje, deve se manifestar por meio de uma superestimulação a seus filhos, e de uma aceleração utilitária da infância. Quando são pobres, as crianças trabalham; quando são ricas, fazem aulas extras. Até o corpo delas reflete este imperativo, diz a Organização Mundial de Saúde. As meninas estão menstruando cada vez mais cedo. O que é um fenômeno de conseqüências planetárias, se você for pensar!

A farra está por um fio. Esticaremos este processo de eliminação das diferenças etárias ao máximo, e arrebentaremos enfim nosso próprio processo biológico.

*

Mas afinal, de onde vem esta minha estranha complacência com os males do mundo, que no entanto me aparecem tão nítidos? Por que um pedaço de mim resiste ao horror dos meus prognósticos?

Minha vida, se eu for pensar, não tem nada de tão especial que justifique. Amo uma mulher, adoro minha filha, trabalho por dinheiro, escrevo por prazer. Feito bilhões de pessoas. Driblo os juros no banco por necessidade, vou à praia na hora do desespero. Igual a todo mundo. Durmo, vou ao banheiro, como e bebo, do jeito que a natureza manda. Não sou rico, não sou famoso, não sou o gênio que sonhei. Não espero mais que a vida melhore muito além disso. Já sei que não vou realizar meus grandes sonhos.

Que felicidade é essa então? Essa felicidade essencial, que sinto por nenhum motivo aparente? De onde vem a vontade de prolongar a minha vida, a vontade de ter mais filhos?

Talvez, no limite, a felicidade essencial esteja num contato diário com o instinto de sobrevivência. Se isso for verdade, a espécie humana, com todos os seus determinismos autodestrutivos, é feliz. Ela vai acabar, mas vai acabar satisfeita, ou seja, se multiplicando e prolongando sua vida. Vai acabar, vai se destruir, mas cometendo os erros mais desculpáveis, os mais compreensíveis. Ela vai acabar por viver a inteiramente a sua natureza. A humanidade, em seu cotidiano, se realimenta das perspectivas mais sombrias, e se aferra às realidades mais degradantes. Essa é a felicidade essencial.

Não conheço nenhum outro motivo para convencer alguém de que a vida vale a pena. Talvez a dele não valha mesmo. Talvez nem a minha. Mas eu não largo o osso. Tenho filhos, e gostaria de ter outros. Para prolongar minha vida, sigo regras elementares de nutricionismo, acredito demais na medicina, e aposto tudo, tudo mesmo, na criogenia. Quando eu estiver condenado por alguma doença, que me congelem, para me reacordar quando a cura já existir. Foda-se que todo mundo que eu amo vai ter morrido. Eu quero viver.

A existência de homens e mulheres infelizes, neste nível, ou seja, dispostos a morrer, cansados de viver, é um desvio de comportamento da espécie. A infelicidade essencial não é natural. O dilema filosófico do suicídio, para mim, está resolvido. A resposta é não.

No dia que o ar apodrecer e a água acabar, eu quero estar lá. Quando retrocedermos ao nomadismo, engolindo as fronteiras como animais esfomeados, quero ser o melhor caçador do meu bando. Quando meu novo amor acabar, e eu tiver de começar tudo de novo, eu vou começar. Quando minha filha crescer e não precisar mais de mim para nada, eu vou continuar a amá-la queira ela ou não. Quando o colapso final chegar, quero ver com os meus próprios olhos. Quando fugirmos do Sol, quero aprender a esquecer.

Apesar do meu pessimismo, rio sempre que posso, choro sempre que preciso, e gosto das duas coisas igualmente. Muito obrigado.

1 de janeiro de 2010

2009 THE END.

Acabou. Mais um ano se passou, muitas coisas com ele se foi, outras, permaneceram. O que foi, foram as lutas do dia a dia, o que ficaram, os amigos que esse ano de 2009 encheram os meus dias de alegria.
Lembro-me do meu niver, janeiro, quando para mim realmente é o começo de um novo ano, cheio de planos, sonhos à realizar, metas à serem cumpridas.
Aos meus amigos, não citarei nomes pois são muitos, meu muito obrigado mais uma vez, para os novos e os antigos, que nunca envelhecem, aos meus queridos familiaresm, minha vida está contida em suas vidas, em especial mamãe, irmãnzinha e vovó (Ana).
O meu amor (FRED) que me deu um susto esse ano com uma enfermidade, mas tudo deu certo, hoje está ativo, bagunceiro e muito lambão! Ah!! Procura-se uma boa poople para ser esposa dele, que tenha predigree.
Não dá para descrever quantas foram as novidades, acontecimentos,etc...que ocorreu esse ano que se passou, bem que eu queria, mas o tempo está escasso realmente.
Estou solteiro. Meu namoro acabou cedo, por motivos maiores, está tudo tranquilo. Ficou a amizade.
Músicas. Muitas foram as músicas que marcaram 2009. Uma para cada ocasião, desde de dupla alegria à tristeza. Desde as fortes baladas que me fez agitar muito e perder calorias, até as melancolicas canções que me fez chorar e querer um só pra mim.
Livros. De onde vem o pensamento até pra onde ele vai. Muitas foram as leituras, as descobertas de um novo mundo e suas pespicacias.
O ano foi de muito estudo; 2010 não será diferente.
Quero desejar à todos um ótimo ano novo, que tenham ousadia, lutem, até almejar seus sonhos. Abraços.