14 de julho de 2011

Os meus devaneios


Ácido. Os meus dias tem sido ácidos. O meu querer é ficar na cama sonhando, vivendo o meu mundo. O que criei desde menino, desde quando não entendia o que era a felicidade, a simples e tão procurada sensação de ser feliz, e não pela metade, mas senti-la intensamente, por inteiro.

Tenho procurado não pensar nesses devaneios que prega a minha mente, que a trata como um limão ao ponto de fazer uma limonada.

Desde criança ouvir falar que a felicidade está em Deus. Mas onde Ele esta? No coração. Em que parte dele? O procuro em cada cantinho, em cada buraquinho, em cada brecha e não o encontro. É no choro, nas lágrimas que ei de encontrá-lo? Então de nada valeu o meu pranto de noites em noites, ali arremessado ao chão frio do quarto ou esticado até mesmo na cama quente em dias de inverno, pois não o encontrei. Inconstante. São os meus dias. Tem hora que me dá vontade de sumir, assim como uma fumaça que começa negra e vai de desbaratando até ficar fina, branca e sumir sobre o horizonte. Mas fugir pra onde? Para piorar o que já é ruim? Não quero. Mas se não arriscar como vou saber? Inúmeros são os questionamentos. Todos sem respostas. Olho para mim e o que vejo? um rapaz bonito, de boa aparência, a quem diga de família de posses, grande falha da sociedade, que julga os seus pelos que aparentam ter, ser, viver.

Criei meu mundo para suportar o que me falam ser real, o que para mim não passa de um mundo mal, cheio de mentiras, de aparências, de pessoas mascaradas, assim como eu, que uso a máscara do menino correto, que anda no trilho que a sociedade dita ser o certo.

Minha família, bela família, não sou hipócrita, são esses a quem amo, a quem a frase “na hora da dor, da alegria, da tristeza, na saúde e na doença” estão a meu favor, mas quando eu estou no lado oposto, quando digo não, quando não estou vivendo mais neste quadrado de nome religião, quando não sigo o que me foi pregado à anos eles me abandonam e me chamam de pecador desvairado.

Não tenho medo de enfrentá-los, nunca tive medo de enfrentar ninguém, formei meu próprio caráter, lutei contra o vento,nadei contra a correnteza, é o que ando fazendo ultimamente, andar por caminhos espinhosos, questionar e questionar o que não aceito ser ou ter que fazer para agradá-los, fiz algo que acreditei ser certo, hora acertei, hora não, normal para um ser humano.

Abatido mas não destruído. Essa frase me faz rir por fora e chorar por dentro. Quem disse que não estou destruído? Eu não sei, tem dia que quero ficar na cama, passar todo o dia lá, no meu mundo, não sair pra nada, ser eu mesmo mais um pouco, mas quando olho que estou dentro daquele quadrado, logo me levanto, coloco a minha máscara e vou enfrentar o dia, como se não houvesse problema algum comigo, pronto para ouvir meus amigos, ouvir as pessoas que me cercam rir, e continuar o que não terminou na cama, continuar vivendo um mundo só meu, aquele que criei para só quando eu voltar para casa e tiver a desagradável, mesmo que por poucos minutos, vida no mundo chamado real e continuar essa acidez.

Esses dias tenho pesquisando muito sobre o bullying e percebo que, apensar do nome não ter tradução para a língua portuguesa, nada mais é do que preconceito. Sempre existiu e sempre vai existir. A história do Brasil, em suma, se resumiu ao preconceito. Eu que já enfrentei muitas vezes calado, porque não havia ninguém para me instruir, para estender as mãos, para me ouvir, me abraçar. E sim, teve horas, confesso que queria me vingar de certas pessoas, mas não precisou, o tempo o fez, de qualquer forma, a minha formação religiosa e familiar não me permitia tal ato, o de vingança, ainda bem. Mas foram estes preconceitos que me ajudaram em minha formação ética de caráter de ser o que sou hoje. Mas ele ainda me assunta quando se trata da minha família, quando penso que isso pode vim dela, de pessoas que amo. Pois mesmo sem o apoio de ninguém em horas difíceis, na infância e adolescência, eu não posso me esquecer que são esses que de um modo ou de outro estão comigo até então.

Não vou esticar mais, deixo para mais esclarecimentos sobre meu mundo e a correlação que ele tem com o mundo real no meu livro que será lançado em breve titulado O Prisma.

Vocês vão saber de detalhes da minha infância, adolescência, como enfrentei a descoberta da vida assim como ela é, nua e crua.

Até breve então.

8 de julho de 2011

O Mundo Brenno Ferraz


No mundo Brenno Ferraz tudo é tão blue! O céu é blue, a terra é blue, as árvores são blues... Não há gente chata, não há gente feia, não há preguiça, não há tristeza, só alegria.

No mundo Brenno Ferraz tudo parece perfeito, parece porque se fosse tudo perfeito seria sem graça.

No mundo Brenno Ferraz não existe zona norte, leste, oeste, só sul porque o ar tem que ser limpo, todos lêem , tem web rápida, tem sorriso branco, cabelos lindos e olhos atraentes.

No mundo Brenno Ferraz, as pessoas aceitam uma as outras sem preconceitos, de raça, língua, sexualidade e classe social, mesmo porque se só existe a zona sul todo mundo é da mesma classe.

Lá não se joga lixo no chão. Todos respeitam a natureza... Sim! Há um cachorro ou gato de estimação nas famílias.

A religião é somente uma. UNIDADE. Não existem mágoas, mesmo quanto há brigas, o perdão é presente.

As ruas largas para que todos tenham o seu espaço, os motoristas respeitam os pedestres e esses respeitam os motoristas.

No mundo Brenno Ferraz as estações do ano são definidas, o verão é calor, o inverno frio, a primavera, só flores, e a outono é aconchegante.

Neste mundo Brenno Ferraz é feliz ao contrário deste mundo mal que ele às vezes tem que viver, por isso ele me disse que vai embora para o seu mundo porque sua alma está cansada de tanta infelicidade, desprezo e incertezas. Eu disse a ele para ficar, mas aos poucos, assim como areia, ele foi sumindo e sumindo até se dissolver todo e partir.

Agora só indo ao seu mundo para vê-lo por isso eu vou apagar a luz, pegar o cobertor, fechar meus olhos e começar essa jornada, quem sabe amanhã volto e conto como foi?