
Sem motivação, não sei o que escrever hoje, preciso de um impulso, está tudo tão difícil. Ontem conversando com um amigo, ele foi contanto os seus problemas, já era tarde da noite, mas aquela história me envolveu tanto que fiquem pensando, uns tem tudo, outros nada. No mesmo dia, na hora do almoço, fui convidado para almoçar na casa de um possível amigo, e lá estávamos nos recordando da época da graduação, de tantos sonhos almejados, alguns alcançados, outros não, e colocando na balança me fiz a pergunta, quanto vale sonhar?
A sorte
Desde pequeno eu sonho, e não digo aquele sonho de quando vamos para a cama e dormimos, e somos tomados por profunda vontade espontânea da mente em nos levar a outros planos, mas dos sonhos acordados, aqueles que vamos construindo com base na sociedade, na família, nos amigos, na própria estrutura de formação criança, adolescente, adulto.
Quando criança eu sonhava em ter determinado brinquedo, mas era mais simples, porque minha mãe sempre, e não somente quando era necessário, mas sempre, até onde me lembro, me deu todos os brinquedos que eu almejava, porém havia um sonho de uma família, mesmo não explicito, este sonho era uma realidade, minha jornada infantil foi tumultuada, com tantos altos e baixos. A criança ela é mais sensível e capta o que acontece melhor do que os adultos que “vivem” para sobreviver. Lembro-me bem que gostava muito de ônibus, acha que ali cabiam muitas pessoas e por isso dava para levar minha família por onde é que eu fosse. (Leia mais no meu livro que será lançado em novembro).
Na adolescência, o que já era complicado na infância, se agravou. Meu sonho era de ser alguém. Um alguém livre, feliz (até essa época acreditava em felicidade), realizado em todos os aspectos, dos mais simples como ter uma casa ao mais complicado de ter um filho.
Ao chegar à idade adulta percebi que sonhos não valem de nada se não estiver uma grande dose de sorte. Nada vale sonhar de você não tem sorte, é ela que vai conduzir a sua vida, alguns dizem que é preciso aproveitar as oportunidades, e assim deve ser feito, mas saiba, as melhores oportunidades aparecem para quem tem sorte.
Não quero ser pessimista, estou aqui para legitimar um fato. Ontem eu li no twitter: “Queria ser filha do Neymar” _ jogador de futebol que acaba de ser pai_ outros dizem que queria ter nascido rico, ou num outro país, noutra família, seja ela rica ou pobre, e tem até aqueles que queria ter nascido mais bonito, branco, negro, olhos claros, escuros, mas aquele que nasce com sorte, não é necessário nada disso, pois a sorte lhe basta.
Leitor, se você tem sorte, ela o acompanhará até seu último dia na terra, se você não a tem duas são as opções, a primeira é você pedir a Deus, caso acredite nele, para que mude sua má-sorte em boa-sorte, a outra opção é aceitar que veio para o mundo a serviço daqueles que tem sorte de tê-lo para ser seu empregado, seu consumidor, seu idólatra, seu provedor, seu amante, ser seu.
Infelizmente é esta a realidade.