21 de agosto de 2008

Afeto


Ao sentirmos uma certa afeição a pessoa do qual está perto de nós, ou até mesmo aquela que a pouco tempo conhecemos, e de certo modo sentimos algo de bom nessa pessoa. De repente isso trás desta afeição, podemos criar algo de maior extensão e fazer com que este vire em um sentimento de maior afeto.

Os nossos pais, por exemplo, quando criança a demonstração de amor, de carinho parece ser maior, a fala muita das vezes torna-se mais presente, o dizer: te amo, fica mais tinido e parece que ao longo dos anos as palavras se vão e permanecem os gesto.

É importante falar de amo? Seja para os pais, os filho, o amigo, ao namorado(a)...e até que ponto isso passa a ser desgastante, e seria melhor não falar, e sim agir, com gestos simples, honestos, pois pode acontecer que o falar “te amo” seja tão desgastante, que torna-se um ato rotineiro, sem a sentimentalidade verdadeira do qual a palavra tem dimensão.

Em minha família pouco ouço alguém falar “te amo”, mas percebo a forma, os gestos, as declarações não faladas, mas ao olhar, o cuidado que se tem com a pessoa amada.Pois a palavra, somente ela, solta, tem uma dimensão enorme, e em um conteúdo especifico a mesma se torna de uma força inexplicável.

Este sentimento de afeição pode ser passageiro, “eu gosto”. Pronto. Sem compromisso, amanhã posso deixar de gostar. Mas o amar é mais profundo, ele meche com uma parte do celebro que nos faz de certa forma querer proteger essa pessoa que amamos, e protegê-la do engano, da expectativa boa que se cria de um mundo mal.

E ao mesmo tempo, há tantas formas de demonstrar o amor além da palavra, exemplo, eu namorava uma pessoa que não morava na mesma cidade da qual eu morava, com tudo separava um momento só dela, para ela, caso ela não estivesse presente, escrevia um e-mail, mas não um qualquer, havia ali uma demonstração da minha afeição e do meu carinho imenso à esta pessoa, eu enfeitava o texto com as palavras que traduziam aquele momento para mim, eu fazia com que ao ler este e-mail ela se lembrasse em cada palavra o quanto o teu amor significava e o quando era precioso.

Quando se mora junto, penso, se ver todos os dias, tem-se por obrigação, digamos assim, acordar ao lado deste, e tomar café, ver TV... a palavra some. Simplesmente vai embora do vocabulário que antes se fazia mais presente do que o próprio corpo em si. Mas os gestos ficam. A forma carinhosa do olhar, do bom dia, e até e em seus diversos momentos de discórdia, ali o amor está presente.

Afeto, todos nós temos, e ele tem várias formas, pois ele se manifesta para cada um de uma maneira, para cada maneira que ele manifesta há uma pessoa ou um objeto, sim, objeto, pois também sentimos afeição por objetos, por esses que nos traz de certa forma um prazer.

Mas como e onde aprendemos a expressar verbalmente este sentimento? Alguns pais, em suma maioria, não falam, não se expressão verbalmente pode acontecer como dito, quando criança até certa idade, mas menor, e depois, como fazemos para superar este obstáculo? Porque é um obstáculo para muitos o dizer te amo.

Em tudo que já vivi e a cada dia que me aprofundo mais sobre isso, descubro que a a partir do momento que sentimos atração e que esta atração vai além do físico, descobrimos que estamos amando, mas amando o que? Amando a representação da pessoa como forma de amor, isso significa que o que buscamos ou o parte daquilo que desejamos em um relacionamento encontra-se nesta pessoa, e que isso faz com que nos envolvemos e sentimos um prazer muito grande, em dividir o que temos de bom com aquele que é bom em dividir o que ele tem conosco, isso se torna uma troca, e é neste momento que juntando as duas dádivas, elas se tornam únicas, e forma-se a afeição que chamo de AFEIÇÃO MAIOR, AMOR.

E após esta difusão é que estamos adeptos a fazer a declaração verbal do eu te amo.

E a ética? Este sentimento tão nobre, e que ao mesmo tempo nos dá prazer e que também leva-nos ao choro, tem uma ética própria? E até onde vai esta afeição maior, ao ponto de querermos ficar para sempre, até que a morte nos separe, com esta pessoa que nos proporciona hoje este amor?

Estas e outras questões vamos discutir ao longo destas últimas semanas deste mês.

Quero descobri juntamente com vocês, o que leva a pessoa que, até aquele momento, era tão presente, não amável, se demonstrava a afeição maior de modo tão convincente, e de uma hora para outra torna-se a pessoa mais detestável da face da terra?

E o amor ele nos manipula?

Mande seu e-mail, sua opinião é muito importante, para juntos descobrirmos o X esta incógnita.

Até amanhã!

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