20 de novembro de 2008

trechos


... Já era tarde, ele chegou abriu a porta e disse:
_ Você vai ir embora mesmo?
_ Vou. E dessa vez não voltarei mais. Com firmeza declarei
Peguei as malas, olhei para trás com os olhos lagrimejando, frisei a testa como de costume, olhei para baixo, fechei a porta.
No caminho eu chorei, mais uma vez tudo acabara.
Não queria que fosse assim, me apaixonei perdidamente.

“Oi. Tudo bom?
Tudo.
Você é de onde?
Daqui perto mesmo, zona sul, Anchieta, e você?
Não sou dessa cidade, estou de passagem.
Hum...você é muito bonito.
Obrigado. Você também é.”

Foi como tudo começou. Um dia bom para começar algo bom.”


“Quando eu abrir a porta e a vi, fiquei com muito medo. Era estranho eu ali, entrando na sala de uma desconhecida para falar tudo, ou, quase tudo sobre mim, é claro que eu mentir, não confiava nela ainda. A cadeira de ferro branca ainda havia sinais de ferrugem em suas pernas. Pensei: “quantas pessoas não devem ter sentado esta mesma cadeira gelada, nesta sala onde pouco se ver o céu, o sol é até frio em comparação com seus raios fortes e quentes lá fora, será que estou fazendo o certo? Ou...” não deu mais tempo para pensar... pronto, eu tinha que falar, ela disse: _ Pode começar, estou aqui para ouvi-lo. FALE.”

“_ Poxa! Se é assim que é, será. Cansei desse rosto de monstro, basta! Mereço ser feliz, desejável, amado, quero alguém que me ame... Lá na curva o que vem? Quero saber, lá na curva o que é que vem? Quero entender... cantava, gritava, queria descobrir o que havia adiante...”

“Numa dessas o encontrei, sua face eu toquei, trazia luz pra mim, e eu tão fraco como fui, me levantou, me envolveu, me abraçou, tirou-me o medo, me beijou.
Alguns minutos se passaram, já era noite, não, não queria que anoitecesse, ele iria ir embora para todo o sempre, meu sonho era que o dia durasse para sempre, mas não conseguir que o sol continuasse a iluminar, ela chegou, fria, sombria, sem lua nem estrelas, com seu vento impiedoso envolveu-o, levando consigo o que cria ser meu grande amor.”

EM BREVE: sonhos de um novo amanhã

Brenno Ferraz de Albuquerque

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