18 de agosto de 2009

Paralelograma


Nesses últimos meses me segurei o máximo possível para não entrar nesse assunto que já é massacrante, mas não menos importante ou pior, já não é notícia nova, e, me pego em súbita até achando graça das manchetes de jornais, uma vez que isso nem é mais, como nós jornalistas chamamos de notícia "quente" ou "furo de reportagem", sobre corrupção, CPIs sobre o caso A, sobre o caso B até o Z e se houvesse mais letras em nosso alfabeto iria mais e mais e mais infinitamente mais...

A questão é: Acostumamos e acreditamos que não há mais como acabar com essa mancha de resto de sacarose envelhecida de nossa bandeira, e quando falo bandeira digo diretamente ao Estado e em seguida à sua representante, Brasília, ou juntaremos e vamos fazer uma reviravolta, tipo, DIRETAS JÁ 2, o retorno do povo oprimido e massacrado pela democracia. Agora queremos a Ditadura, nela ao menos sabíamos a quem enfrentar. E agora; à quem vamos recorrer nossa indignação? Quem há de rogar por nós? Quais são nossos inimigos? Ou melhor, há COMPANHEIROS? Palavra cuja nosso excelentíssimo atual Presidente, que as pesquisas aponta orgulhosamente a estalibidade de confiança e aceitação de seu governo, costuma dirigir-nos quando se trata de mostrar o quão grande tem feitos por nós. Emociono-me.

Todos os dias fico ansioso para a chegada do meu jornal, o que será que vem hoje? Quais as piadas? Ops! Notícias, ou melhor, novela. Sim, me deparo a cada novo dia com um capítulo de novela, não é necessário mais ver as da TV, como leitor assíduo do jornal impresso recomendo a cada capítulo uma emoção extasiante. É um primor!

E tem para todos os gostos, desde o pai orgulhoso, que não baixa a crista, dedicado aos seus filhos é que capaz de corromper-se e não só a si mais toda uma nação em prol de sua família à quem ama e defende com dentes e unhas, mais dentes que unhas à um rico e PODEROSO FECHÃO que não teme ás conseqüências dos atos uma vez que para ele não há lei e seu dever é dizer faça o que eu mando mas não faça o que eu faço.

Há a mocinha da história, a quem amamos muito e sofre por um amor não correspondido, pelos eleitores, e ainda aparece uma concorrente da Amazônia para roubar o pouco que ela tem, é muita injustiça!

Nessa novela toda não poderia faltar a policia, eu a classifico como o galã da novela, aquele que faz de um tudo para desmascarar o vilão que corre para provar que o bem sempre vence no final, e que apesar de sofrermos muito nas mãos dos vilões que são sempre a maioria, ariscos e ágeis, não devemos desistir, pois há uma luz no fim do túnel.

A casa está suja, minha avó uma vez me disse, para que andemos limpos, de cabeça erguida diante a sociedade devemos primeiro, antes mesmo até de julgar o próximo pelas suas atitudes, de ter o direito de reivindicar algo, limpar a nossa casa, tirar a poeira, desinfetar as latrinas e só assim quando o que há dentro estiver limpo, serviremos de exemplo para quem está de fora. E esse Estado que vivo está imundo. Pior que o chiqueiro dos porcos, transmissores também da gripe que apelidaram de suína que segundo as estatísticas só nesse Estado já causou mais de 300 óbitos. E é nessa casa, chamada de Senado que estão às piores imundícias de que se tem notícia até agora, pois amanhã já será outro capítulo, esperemos ansiosos, mas não menos indignados, mas ao mesmo tempo parados, pois se agirmos; faço a pergunta, nosso COMPANHEIRO, Senhor Excelentíssimo Presidente da República, rogará por nós?

Não percam cenas do próximo capítulo.


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