“Não estou preocupado com que a sociedade pensa, se acha certo ou errado, faço de minha vida uma canoa, a remo sobre o rio, quando calmo, quando agitado.” Brenno. Já me preocupei muito sobre o que as pessoas pensam a respeito de minha pessoa, como me visto, me comporto, minha aparência física, onde moro, com quem ando...agora chega.
O que a sociedade influi em mim são paradoxos diluives, a cada expressão de julgamento pré-estabelecido pela mesma me encontro num tribunal sendo condenado a fazer o que é de senso comum, se não cumpro minha pena, serei exilado de meu mundo coerente.
Se for gay, é banido da religião, religioso, banido do mundo, do mundo banido do universo, do universo, não é nada. O senso comum nos comuna a um paradoxo tão deprimente que nos faz débeis, diante as criticas e olhares indignados a quem realmente somos, o modo de agirmos no vestir, falar, cantar, conversar nos dá uma identidade, que em suma, se não for a esperada pela sociedade, ela nos quebra, nos amordaça em sua mediocridade, e aceitamos nos revogar a uma sensação de desprezo de nós mesmos e não sermos quem somos pela falta de coragem de enfrentá-la.
Alguns perguntam, é viável enfrentá-la? Segui-la? Deixar de sermos o que somos para sermos o que ela quer que sejamos? Vale mesmo à pena?
Quando vamos parar de sermos o que não somos por causa de pais, amigos, terceiros? Essa semana estava observando uma jovem, mal arrumada para os padrões sociais, cabelos mal tratados, rosto sem maquiagem, pelos em sua face, e ao perceber que muito ali a olhavam uma pessoa chegou até a mim e disse: “Alguém precisa dá um toque nela, todo mundo fala!” fiquei pensando na pessoa, da garota, ela estava satisfeita? É sua tribo? O que gosta? E se for? Certa é ela que vive por ela e não pelas pessoas à volta.
Eu fui abstrato, quando lutava contra a mim mesmo, querendo agradar os demais, com sorrisos falsos, gestos mecanizados, quando me libertei disso, percebi que a vida é mais que regras, não que elas não façam parte, mas, devemos separar o que é litigioso do que é expressivo verdadeiro.
Faço um tratamento de pele, para alguns; estética, para outros, necessidade, mas não me importa, faço para está bem comigo mesmo, e é claro, a sociedade agradece, vou à academia, não que eu goste, para ficar mais saudável, com tudo fico mais bonito, mas não faço porque a sociedade é hipócrita e diz que os padrões masculino de beleza é a virilidade e um corpo malhado, faço para mim.
O senso comum está ligado à educação que os pais dão aos seus filhos, isso vem de gerações passadas, séculos passados, a muitos anos, o homem era o provedor da casa, a mulher era o “deposito de esperma”, ele escolhia a noiva juntamente com seu pai, a comprava pelo bem material, e como tal, o papel feminino era, “sim, senhor!” Haviam na Grécia antiga, vários homossexuais, do qual se escondiam em seus panos libidos, e faziam de suas vidas aventuras, sórdidas, para a sociedade da época, alguns, como hoje ainda, se casam, para não terem que dá satisfações a essa sociedade pobre, que debaixo dos lençóis de algodão branco e travesseiros de pena de ganso está a vergonha e o engano, uma vida deprimente.
Os padrões de beleza que este senso comum determina é deprimente, muitos, independentes do sexo, estão viciados a terem um corpo perfeito, não para eles e por eles, mas para mostrar ao outro que são capazes e melhores, que fazem parte de uma “tribo” que conseguem sobreviver ao perverso mundo de “Alice”*.
Quando abrimos nossos lábios, somos logo identificado, analfabetos, ignorantes, classe c, b ou a, graduados ou simplesmente “Maria vai com as outras”.*
O conhecimento é o nosso maior advogado, quando estamos diante às centenas de situações em suas diversidades, o que nos coloca como uma pessoa ávida,
é o que conhecemos. Tive oportunidade de conhecer várias pessoas de todas as classes socioculturais e socioeconômicas, embora se acredite que as duas estão interligadas, e na verdade há uma união forte entre ambas no sentido educacional e se percebe claramente no modo de agir, falar e falar sobre o que, a capacidade de raciocínio lógico, interessante e de opinião baseada em conceitos científicos é rápida. O que se fala, como é colocada as palavras, como é o ponto de vista de cada interlocutor, diante da proposta apresentada na mesa, os discursos, e o modo de vida que aparece claramente na expressão, seja nas palavras ou num simples franzi na testa para identificação social que a pessoa faz parte, há aquelas que não tem um padrão socioeconômico alto, mas que a sua linguagem os permitem fazer parte do nível considerado bom, muito bom, ou até mesmo, excelente no que damos nome ao sociocultural.
Agora você, que leu este texto, do qual lhe trouxe muitas idéias de identificação em algum momento de sua estadia nesta sociedade, pode responder-me, você é o que você gostaria de ser, ou o que você é designado a ser?
Estamos de passagem neste lugar, se ficarmos vivendo para as outras pessoas, quando vamos viver para nós mesmos?
“...quando era criança eu brincava de me esconde-esconde para ser encontrado, até hoje me escondo e ninguém me encontrou.” Brenno.
*Alice- Personagem que está à procura de algo novo, num país de maravilhas, e num determinado momento ela se decepciona ao perceber que não existe esse mundo, até lá ela é julgada pela rainha de copas, por seus modos, considerados inadequados, para aquela sociedade.
*Maria vai com as outras – Expressão usada para substantivar uma pessoa sem personalidade própria que faz tudo o que as demais à volta fazem.