


O CORVO E A RAPOSA
O Corvo, pousado numa árvore, segurava no bico um queijo. E a Raposa atraída pelo cheiro que de lá vinha, respondeu rapidamente à força desse estímulo e se pôs a jogar uma conversa cheia de agrados e artimanhas para cima do Corvo.
- Olá, Corvo! Bom dia! Como você é bonito! Que penas lindas! Falando sério, se seu canto tem alguma semelhança com sua plumagem, você é uma figura rara, sem igual, entre os moradores destes bosques.
Ao som dessas palavras, o Corvo, quase que sufocado pela vaidade, não cabe em si de tão alegre. E, para mostrar sua bela voz, abre o bico até atrás e deixa cair ao chão o queijo que a Raposa, ávida, logo dele toma posse.
- Oh, Corvo! Meu jovem Corvo! Fique sabendo que todo adulador vive á custa daquele que o escuta. Não há dúvida que esta lição vale, certamente, um queijo.
A Raposa se retira e deixa o Corvo lamentando-se da trapaça que de fora vítima. Depois de muito pensar, envergonhado, ele jurou, mas um pouco tarde, que noutra arapuca nunca mais o apanhariam.
(LA FONTAINE - "Fábulas de La Fontaine" - Texto adaptado)
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