25 de março de 2009

Por Amor - Final


...vendo tudo aquilo ele correu para o jardim, lá estava sentado o não mais jovem rapaz e sim ancião, com as faces cheias de rugas, marcas do desprezo, da desonra, marcas de uma vida desolada, cheia de tribulações de incertezas; a motivação já não existia há séculos, pois para ele um dia era como se fosse vários anos;

O rapaz o olhou, observando-o sentado ali, naquele lugar, não mais belo, mas escuro, cheio de mágoas, o jardim que era tão lindo, florido, cheio de cores e alegria, estava em ruínas. Ele começou a chorar e dizer em voz alta o quanto estava arrependido, que não sabia que ele era a chave da vida daquele jardim, daquele rapaz, ele dizia que queria voltar a trás, queria fazer algo para ajudar, enquanto falava, lagrimas escorriam sobre a face, branca, que agora tornará vermelha, seus lábios que vermelhos eram ficavam roxos, suas mão tremulas, ele tomou como uma águia que mesmo cega abre suas asas, pega impulso, e voa pelos ares, mesmo perdendo algo de tão precioso para ela, sua visão, que lhe servia como a dependência de sua sobrevivência, para caçar, para não ser caçada, ela mesma nessa situação sente as cores do vento lhe guiando, ouve a voz do coração, e vai pelos ares sem pudor, sem medo de errar, sem medo de fazer aquilo do qual o destino a reservou, ser livre. Ele assim vez, correu para os braços do ancião, não viu mais nada, o abraçou de tal forma que suas lágrimas se misturava com as dele, seus lábios o tocava, seu calor o acendia, sua vida se transmitia à aquele que estava mais morto do que vivo.

As pedras se juntaram como uma, o elo que havia sido quebrado por um dia, o amor que por um momento se esfriou, o lince que ali não vivia mais, a terra que era seca e as flores mortas, se refugiam uma a uma, os pássaros que traziam o canto da primavera retornavam após um longo e árduo inverno.

O ancião retornava a juventude, seus cabelos que eram ralos, brancos, fracos, voltaram a ser fortes de cor viva, sua pele que havia desonra dor, desprezo, torna-se bela, de paz, de alivio, esperança, felicidade, amor.

O rapaz que chorava abriu seus olhos e começou a ver o jardim que era morto, vivo, a águia ferida agora podia ver além de voar, e ser destemida assim como era.

Ele disse ao rapaz que ficaria junto dele, seja como for, que mesmo que um dia ele precise distanciar, mesmo que venham os ventos da mudança, que os caminhos se confundam, as águas tomam para si a terra, o seu amor permanecerá o mesmo e que nada, nunca poderá apagar esse encontro, de amigos eternos, de companheiros de irmãos.

Deixou a pedra como símbolo de seu amor à ele, e disse que todas as vezes que ele se for, olhe para a pedra, a luz azul, ele sempre estará ali, lado a lado, junto a ti.

Para o coração contrito, apaixonado, não há desprezo, a sinceridade e o amor andam de mãos dadas, não haverá impossíveis a eles, assim como diz o poeta, o amor tudo crê, tudo acredita, tudo suporta, o choro pode durar uma noite toda, mas a alegria vem logo ao amanhecer.

Ficaram ali, sentados nos jardim, admirando o horizonte, até o pôr-do-sol, e o amor permaneceu até a consumação dos séculos... Seja na alegria ou na dor, a nossa força é o amor

Nenhum comentário: