27 de março de 2009

Reencontro


Daquelas noites frias, das quentes, do jeito de ouvir a música que naquele momento fala ao coração, de ler a poesia que retrata as reações, dias de choro, de gozo, dias árduos, fáceis, dias e dias, manhãs de sol, de chuva, noites estreladas, de luar, meu senso, minha cura, meu mal, meu desejo, você come eu, eu como você.
Palavras, sons, sentidos, o basta de dinastia, o pacto daquela noite, eu o teu, o teu no meu, momento nosso, suor, sem pudor, arranhões, rimas fáceis, por um segundo mais feliz, minha língua na sua, meus pés nos teus, desejo que se fez realidade, minha pele na sua.
Bobos, sentados, olhando um para o outro, segurando as mãos, sentindo o calor, o nosso amor não vai parar de rolar, são coisas bonitas, encantadoras, simples, vontade de voar, sem me depreender do que me prende, pelo mundo, cor que não sei o nome, de frida, cores, passeou no escuro, sem medo, sinalizamos o caminho perdido, achando graça pela janela do quarto, pela janela do carro, pela tela, corremos para dois lados, gostamos de opostos.
Meu jeito de moleque, teu jeito tímido, frido, meu amor cadê você? Eu acordei não tem ninguém ao lado...
O telegrama que chegou em letra miúdas, pequenas frases, palavras soltas, tudo quadrado, controle de emoção, tiradas da eterna magia das letras que formam o amor. Dei meu coração e você pós na estante, assim como um troféu, aí de mim que sou romântico. Beije-me novamente, faremos tudo diferente dessa fez, esqueceremos das torpes palavras sem nexos, de boca pra fora.
Pena que você não me quis, jogaste para o alto o bom, o melhor de mim era pra ti, agora não tem volta, boa sorte, é somente isso. Foi-se o tempo que eu me fazia de coitado, de abandonado, passou, foi, era só uma dosinha, agora to noutra, você choras por mim? Lamento baby, vou pro meu lugar, quem me quer está lá.
Voltei atrás, como sempre, movido pelo encontro a dois, movido pela incerteza do amanhã, nosso encontro já está marcado, seja daqui a um ano, mil anos, o desejo a nos punir só porque somos iguais, minha honra, meu prazer, te amar eu ousaria.
Entrego-me aos braços do mar, sigo o caminho do coração, a minha verdade pode ser não compreendida, minhas palavras embaralhadas, mas meu amor é verdadeiro.
O teu pai me jurou de morte por eu te desviar, se os boatos criar raízes, ousaria enfrentá-los por esse amor? É mais fácil condenar.
Como posso lhe querer se você não decide sair do lugar para me seguir? Como posso te amar se o medo de amar lhe afligiu? Como posso desejar-te se seu desejo de ficar comigo é vencido pelo medo?Como pode ser gostar de alguém e esse alguém não ser seu? Não sei explicar.
O tempo não apagou esse amor, essa ligação, o tempo não para, suas idéias não correspondem aos fatos, sinto absoluto dom de existir uma solidão, foi-se embora a paixão.
Não depende de um, o bom encontro é de dois, não são palavras, são ações.
Quando você decidiu partir ele falou mais alto, e correndo entre os campos voltas-te para mim, chorando, pedindo perdão, ainda bem que você vive comigo, porque se não com seria essa vida? Assim disse naquele momento de arrependimento, foi lindo! Se há dores tudo fica mais fácil, mas não é preciso sentir dor para ser fácil. Meus beijos são seus, meus abraços, minha pele, meus pensamentos e tudo o que há em mim, pertence a ti. Neste mundo de tantos anos, entre tantos anos que sorte a nossa hein? Entre tantas paixões esse encontro, esse amor.
Cada momento, só nosso, já pensou o quanto somos feitos um para o outro? Entre tantos outros, esse encontro, esse amor, nós dois, apesar do ir e vim sempre nos encontramos sempre algo nos atraí, alguma duvida de sermos feitos um para o outro? Não há como duvidar.
O que nos resta agora é nos amarmos, a qualquer hora, se não eu, quem vai fazer você feliz? É agora, já, vamos viver o que temos que viver, não vamos esperar acontecer, somos nós que escrevemos a nossa própria história.


* Texto com trechos de letras de músicas interpretadas por: Adriana Calcanhoto, Vanessa da Mata, Daniela Mercuri, Zeca Baleiro e Jorge Vercílo

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