
Adormecido o rapaz começou mergulhar num sonho muito profundo, do qual se encontrava em um jardim, nele haviam muitas flores amarelas, tulipas, e brancas, copo de leite, além de rosas muito vermelhas com espinhos grossos em suas caldas. Ele levantou a cabeça e avistou uma pessoa no horizonte a frente, e começou a ir em direção a ela, e quanto mais ele andava, mas essa pessoa ia se afastando, quando percebeu isso começou a correr e gritar, fazendo acenos com as mãos levantadas para chamar a atenção, mas de nada adiantou, pois a pessoa não o via, ele parou e percebeu que o colar estava em seu pescoço e que ele brilhava muito, pegou-o em sua mão e a pedra transmitiu uma imagem de um jovem sentado, em uma pedra, triste, sozinho que chorava, ele o observou e tentou falar com ele, e ao observá-lo viu que havia o mesmo colar no pescoço do rapaz, mas ele estava apagado, quando o rapaz tirou o colar do pescoço o outro que estava do outro lado a pedra desapareceu, assuntando despertou-se do sono e viu-se suado, levantou-se e sentou-se sobre a cama, quando olhou ao seu lado havia uma tulipa amarela.
No dia seguinte o rapaz saiu de casa bem cedo e pegou um ônibus que o levaria até o trabalho, como não conseguiu dormir durante a noite ele cochilou a caminho e quando acordou viu que tinha passado do ponto de desembarque e resolveu descer do veículo ali mesmo e retornar andando, de repente ele ver um jardim, igualzinho do sonho, resolveu entrar para dá uma espiada, ao passar sobre as flores viu um rapaz sentado em uma pedra assim como em seu sonho novamente, suou frio, foi andando cautelosamente até a pedra onde havia o menino, parou próximo, observou por alguns minutos até criar coragem para falar algo, suas pernas tremiam e seus lábios estavam roxos, seu coração disparou, suas mãos ficaram ainda mais brancas, fechou os olhos, começou a ventar muito, de repente começou a ouvir uma melodia muito suave dizendo-lhe: "Ouça a voz do coração e vais entender, ouça o som da relva, antes do anoitecer, ouça o coração e vais entender". - Qual teu nome, disse o rapaz que estava sentado na pedra. Nisso o que ouvia a música se assustou, não falou nada, olhou profundamente em seus olhos, cor de jambo, viu a face morena, ficou paralisado, o outro rapaz continuou a perguntar e ele nada falou, até que ele veio na direção dele e pegou-o sobre os ombros e perguntou se ele o entendia, o rapaz balançou a cabeça como sinal de positivo, e sentou-se sobre o chão.
O outro sentou-se junto dele e perguntou-lhe o que ele estava fazendo ali no jardim, o rapaz disse que não sabia e contou-lhe sobre o sonho e sobre tudo o que havia acontecido antes de chegar a viver ali a realidade do jardim.
Após muito tempo de conversa eles trocaram seus nomes, do qual não fazia tanta diferença à aquela altura. E perguntou o porque ele chorava na pedra, o rapaz do jardim disse que se sentia só, não havia ninguém para com ele, se sentia infeliz e incapaz de conquistar o amor verdadeiro e puro de outra pessoa, disse também que não entendia pois aqueles dos quais o procuravam não queria amá-lo de verdade, mas sim brincar com seus sentimentos e também não entendia do porque está contando isso à uma pessoa que nunca tinha visto, mas que sentia uma intimidade tamanha que parecia ter conhecido a muitos séculos atrás.
O rapaz disse que foi o colar que o levou até ele, e que também se sentia só, rejeitado, como um exilado, pois não havia um que acreditasse em seus sentimentos sinceros. Ao perceber que já havia entardecido, disse que precisava ir, mas que voltava no dia seguinte caso desse. O outro rapaz disse que estaria sempre ali no jardim e que o esperaria. Assim se despediram com um abraço apertado.
Passaram alguns dias, e o rapaz sempre ia ao jardim para encontrar com aquele que havia prometido voltar, mas ele não aparecia, de manhã, a tarde até anoitecer, nada, ele não aparecia, com isso aos poucos ele ia envelhecendo, como se um dia ao passar se tornasse dez anos, sua face ai ficando velha, sua pele começava a murchar e os cabeços embranqueciam.
O rapaz teria tirado o colar de seu pescoço um dia ao tomar banho, e após cinco dias ele percebeu ao ver o colar jogado debaixo da cabeceira da cama, ele sentiu algo inexplicável, tomou-o em suas mãos, colocando-o em seu pescoço, de repente a pedra que havia no colar começou a brilhar e ele viu que aquele do qual ele teria prometido em ver-te novamente não perdeu a esperança, continuava a esperá-lo no jardim, mas agora, totalmente diferente, com o rosto marcado pelo desprezo e desonra, pelo abandono, pela falta de amor, e que as flores do jardim estavam muchas, e onde haviam rosas, agora só restavam os espinhos.
Continua....
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